Confrontos matam ao menos oito e ferem mais de 200 no Egito

Onda de RevoltasAo menos oito pessoas morreram nesta sexta-feira e outras 299 ficaram feridas em choques entre manifestantes e militares junto à sede do Conselho de Ministros, no centro do Cairo, informou neste sábado o subsecretário de Saúde Adel Adaui, segundo a agência de notícias estatal Mena.
Uma fonte dos serviços de segurança disse à Efe que os soldados detiveram também vários participantes dos distúrbios, sem detalhar quantos, e na manhã de hoje puseram fim a uma manifestação junto à sede governamental.
A fonte destacou que os militares dissolveram o protesto sem violência e que enviaram reforços à zona para evitar novos enfrentamentos.
A televisão egípcia afirmou que o Exército instalou cercas nas proximidades do edifício do Conselho de Ministros para impedir o retorno dos manifestantes.
Segundo uma testemunha que se identificou como Walid, porém, as forças armadas não conseguiram dispersar os manifestantes, que só desistiram dos protestos após serem convencidos por civis mais velhos a evitarem mais vítimas.
O grupo opositor Irmandade Muçulmana condenou hoje os distúrbios e reconheceu estar "impressionado" após ver que o Exército "matou cidadãos e feriu muitos deles em Maspero, na rua Muhamad Mahmoud e recentemente nas ruas do Parlamento e de Qasr al Aini".
A Irmandade Muçulmana se queixou em comunicado que "nenhum dos militares responsáveis por estes crimes foi castigado".
Os distúrbios de ontem ocorreram enquanto acontece a apuração de votos do primeiro turno da segunda etapa das eleições parlamentares egípcias, as primeiras após o triunfo da revolução.
VIOLÊNCIA
A violência continuou após o anoitecer, com manifestantes atirando pedras e bombas incendiárias contra o prédio onde o governo despacha, quebrando vidraças e depredando câmeras de segurança. Soldados dispararam contra manifestantes que apedrejavam o Parlamento. Não ficou claro se eles usavam balas de borracha ou munição real.
Os incidentes haviam começado na noite anterior, quando a polícia militar tentou dispersar ativistas. Irritados com a brutalidade policial, os manifestantes iniciaram o confronto, que logo tomou conta das ruas em torno do Parlamento.
No começo da tarde, ambulâncias passavam com sirenes ligadas, enquanto soldados tentavam expulsar os manifestantes usando cassetetes e, aparentemente, segundo testemunhas, dispositivos elétricos para mover gado.
Relatos de agressões contra ativistas conhecidos se espalharam pelas redes sociais, e políticos islâmicos e liberais condenaram a ação do Exército.
"Mesmo que a ocupação fosse ilegal, deveria ter sido dispersada com tal brutalidade e barbárie?", perguntou Mohamed ElBaradei, candidato a presidente e ex-chefe da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), órgão da ONU.
Uma fonte militar disse que 32 membros das forças de segurança ficaram feridos ao tentar impedir uma invasão do Parlamento.
A ocupação de manifestantes em frente à sede do governo era remanescente de protestos maiores, no mês passado, em torno da praça Tahrir, nos quais 42 pessoas morreram logo antes do início daquela que é considerada a primeira eleição livre em seis décadas.
"O Conselho (Militar, que controla a política egípcia atualmente) quer estragar as eleições. Eles não querem um Parlamento que, ao contrário deles, tenha legitimidade popular e iria desafiar a autoridade deles", disse o ativista Shadi Fawzy. "Não acredito que eles irão entregar o poder em junho."
A junta militar promete realizar eleições parlamentares em junho de 2012.
Fonte : A folha.com 
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